quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Yes - Close to the Edge


Este álbum é a apoteose do rock progressivo. Antes de mais nada, traz o enigmático design da capa de Roger Dean, numa embalagem que tanto serve para ser admirada como para enrolar cigarros de maconha. A lista de músicas é outro destaque, com apenas três faixas, sendo duas em quatro movimentos, numa estrutura semelhante à de uma sinfonia. Ao tirar o disco da capa, as letras obscuras e deliciosas de Jon Anderson se revelam em toda a sua glória.
A melodia de Close to the Edge é uma maravilha. Se o Yes havia mostrado talentos individuais em Fragile, lançado no mesmo ano (1972), neste álbum a banda forja um todo mais coeso, alcançando o equilíbrio entre a estética e a audácia. Sua visão eclética faz com que o grupo vá de um jazz furioso ao floreado gótico do órgão, passando pelo balanço do rock- um passo em falso e tudo se desmantela. No entanto, o disco apresenta um time de músicos brilhantes, cada qual procurando ampliar os limites da linguagem do rock. Os ritmos melódicos de Bill Bruford e Chris Squire formam a base perfeita para as linhas da guitarra funky, com pinceladas orientais, de Steve Howe e para o rococó dos teclados de Wakeman. No centro está o timbre agudo de Jon Anderson. Essa mistura podeia não ter funcionado, mas deu certo - e lindamente.
O equilíbrio frágil de seu trabalho era bom demais para durar. Bruford deixou a banda logo depois de terminar o LP para se juntar ao King Crimson. O lançamento seguinte do Yes, Tales From Topographic Oceans- um álbum duplo com quatro músicas- acabou sendo uma tentativa ambiciosa demais do grupo para se superar.

Faixas

1- Close to the Egde
2- And you And I
3- Siberian Khatru

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Blur - Parklife



Quando o Blur começou a gravar o álbum Parklife estava com sérios problemas financeiros. O álbum anterior, Modern Life is Rubbish, havia sido basicamente ignorado pelas massas (mesmo que fosse adorado pelos críticos) e o grupo precisava desesperadamente de um sucesso. Emgesto de típica teimosia, uma de suas ideias para o novo trabalho tinha sido o de intitulá-lo Soft Porn e colocar na capa uma fotografia do Palácio de Buckingham.
Felizmente, o disco que viria a personificar a essência do gênero conhecido como britpop continha um arsenal de sucessos bem cuidados e devia muito do seu cinismo aos Kinks dos anos 60, assim como à emergente cultura agressiva dos 90. A capa também havia sido conscientemente trabalhada: uma fotografia de dois greyhounds de dentes arreganhados simbolizava o ponto-chave do álbum: esta era uma nova e afiada raça de britânicos. Na contracapa, os integrantes do Blur eram retratados como heróis da classe operária, no estilo mod, assistindo a uma corrida de greyhounds no Estádio de Walthamstom.
Ainda não tendo entrado em "guerra" com o Oasis, o quarteto inaugurou o estilo com uma versão inglesa pop que podia ser melancólica ("End of a Century"), thrash ("Bank Holiday") ou desafiadora -"Parklife", a música de abertura narrada pelo ator inglês Phil Daniels, conhecido por sua participação em Quadrophenia.
Quase no final do disco, "This is a Low" até hoje é um dos maiores feitos do grupo: a letra, inspirada numa toalha para chá que o baixista Alex James comprou para o vocalista Damon Albern, aos poucos engloba a previsão do tempo na costa britânica para barcos, transmitida pela BBC, sobre um pesaroso acompanhamento musical de um motor de popa.
Parklife continua sendo o trabalho mais coerente do Blur, firmemente no passado, mas soando estridentemente moderno.

Faixas

1- Girls and Boys
2- Tracy Jacks
3- End of a Century
4- Parklife
5- Bank Holiday
6- Badhead
7- Debt Collector
8- Far Out
9- To the End
10- London Loves
11- Trouble in the Message Centre
12- Clover Over Dover
13- Magic America
14- Jubilee
15- This is a Low
16- Lot 105

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Neil Young With Crazy Horse - Everybody Knows This Is Nowhere


Gravado em duas semanas e lançado apenas quatro meses depois de seu álbum de estréia,  Everybody Knows This Is Nowhere uniu Young a uma banda barra-pesada de Los Angeles, que ele batizou como Crazy Horse e contou com a produção de David Briggs, assistente de Jack Nitzsche no supertrabalhado Neil Young. Em contraste, Everybody Knows... emcampava a paixão de Briggs pela gravação ao vivo, um método perfeitamente adequado ao country-rock espontâneo, áspero e épico de Neil Ypung With Crazy Horse.
A melhor mostra de seu trabalho está em "Cinnamon Girl"- com suas guitarras pesadas machucando as hormonias. em algumas faixas, Ypung ensaia contar a história americana, como na galopante "The Losing End" e em "Round And About". A rabeca gótica de Bobby Notkoff em "Running Dry" é fascinante.
Mas os destaques são os dois prolongados jams, a trsite balada "Down By The River" e a obscura "Cowgirl in The Sand". As canções esparsas deixam espaço livre para os duelos arrepiantes de guitarra de Young e Danny Whitten, uma explosão de ruídos pontiagudos 9fazendo um contraponto ao estilo mais blues de seus contemporâneos) que evocam a essência pertubadora das músicas.
Essas canções ficaram décadas no repertório de Neil Young With Crazy Horse, mesmo depois de Young ser canonizado como avô do Grunge.

Faixas

LADO 1
1- Cinnamon Girl
2- Everybody Knows This Is Nowhere
3- Round & Round (It Won't Be Long)
4- Down By The River

LADO 2
5- The Losing End (When You're On)
6- Running Dry (Requiem for the Rockets)
7- Cowgirl in the Sand

Buddy Holly - The "Chirping" Crickets




É surpreendente que este marco da história do rock dure menos de meia hora. Isso prova as virtudes da concisão - 12 grandes músicas, muitas familiares a qualquer museólogo do pop, e nenhuma que chegue perto dos mágicos três minutos de duração.
Buddy Holly formou a banda com um colega de escola, o baterista Jerry Allison. O misto de rockabilly, blues, R&B e uma profunda sensibilidade pop firmou os The Crickets na vanguarda do primeiro fluxo do rock'n'roll. Este álbum de estréia (o único LP de Holly lançado em vida0 enclui seus três primeiros clássicos, assim como duas músicas escritas em parceria com Roy Orbison. Muitos aspirantes a guitarristas se esforçaram para imitar a introdução de "That'Il Be the Day" - o título dado por Holly, é uma expressãousada por John Wayne no filme Rastros de Ódio, de 1956.
O talento pioneiro de Holly para cantar e compor influenciaria tremendamente outros artistas posteriores, como os Beatles e os Rolling Stones. Não há muitas músicas creditadas a Buddy Holly neste disco, porque, na realidade, ele assinava como Charles Hardin - seu nome verdadeiro era Charles Hardin Holley.
Há que se destacar também as versões de mísicas de Chuck Willis e Lloyd Price. Acusações postumas de que Holly seria racista são discutíveis.

Faixas

Lado 1

1- Oh, Boy


2- Not Fade Away

3- You've Got Love

4- Maybe Baby

5- It's Too Late

6- Tell Me How







Lado 2



7- That'Il Be the Day
8- I'm Looking for Someone to Love
9- An Empty Cup (And a Broken Date)
10- Send Me Some Lovin
11- Last Night
12- Rock Me My Baby